sábado, 7 de janeiro de 2012

APENAS UMA PEQUENA BRECHA!

Havia uma família que morava numa montanha, era um lindo lugar, principalmente na época do outono. Todos trabalhavam, levantavam-se cedo e cada um tinha a sua tarefa determinada, apenas o avô ficava sentado na varanda, acompanhando o ritmo da natureza em sua cadeira de balanço. Na hora do almoço a casa se enchia de vozes. Um a um todos se reuniam à mesa, mas logo saíam para retornar aos seus afazeres.
Certo dia, o avô viu um esquilo sair de uma brecha no teto. Ele observou atentamente e notou que o pequeno animal ia e vinha, sempre levando para fora da casa algumas farpas de madeira. Curioso, resolveu investigar que tanto trabalho o esquilo fazia. Deixou a cadeira de balanço sozinha e caminhou até o canto da sala onde estava a pequena brecha. Notou, para surpresa sua, que o esquilo estava como que desfiando uma das vigas do teto. A madeira estava fraca e os pequenos dentes do esquilo estavam afiados e faziam o trabalho parecer aparentemente fácil.
À noite, ao chegar em casa, o pai foi logo notificado pelo avô. O pai deu uma olhada.
      -  É apenas uma pequena viga, no final da semana a consertarei.
- Feche pelo menos a brecha, falou o avô, num tom de voz preocupado.
- O que um pequeno esquilo pode fazer? - retrucou o pai e foi pegar o seu prato de sopa que estava em cima do fogão.
O que aquele pai não contava é que o esquilo não ficaria de folga até o final de semana e muito menos com o que estava para acontecer. O avô, sem poder fazer nada, passou a semana olhando o esquilo trabalhar incessantemente. Parecia que o pequeno animal estava prevendo o futuro.
No fim de semana, o tempo daquele final de outono mudou repentinamente. O vento soprou forte e naquela noite todos dormiram juntinhos, para diminuir o frio que entrava pelas frestas da casa. Ao amanhecer, as janelas apresentavam-se brancas e o sol escondido nas nuvens do céu.
O pai levantou-se, abriu um pouco a janela e concluiu que todos teriam de passar o final de semana dentro de casa. Neste momento ele lembrou-se da viga e foi até o canto da sala. Para seu espanto, notou que apenas um fio de madeira estava no lugar que deveria ser ocupado pela pequena, mas necessária viga. Para consertá-la, seria necessário tirar as telhas. Mas isso agora era impossível. E se não o fizesse, mais uma nevada forte que caísse poderia fazer o telhado romper naquela parte da sala.
        -  Por que pelo menos eu não fechei a brecha enquanto ainda era tempo?
Ainda absorto em seus pensamentos, o pai estremeceu, ao notar que novamente a neve começava a cair.
Agora era inevitável: as vigas iriam ceder e sua família estaria em perigo.
É preciso ter olhos e ouvidos atentos para perceber que as vezes o mal entra em nossas vidas por uma pequena abertura, e se não atentarmos para isso logo, poderá ser tarde demais...

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